quinta-feira, 23 de julho de 2009

Exercício no Terreno do Curso de Engenharia - 10ª Cia E Cmb - São Bento do Una















No período de 20 a 24 de julho, o Curso de Engenharia do CPOR do Recife realizou Exercício no Terreno na 10ª Companhia de Engenharia de Combate (São Bento do Una - PE).
Os alunos foram recebidos pelo Cap Bazi, Comandante daquela Organização Militar, com uma Formatura Geral e em seguida conheceram o Museu (Espaço Cultural Professora Maria Augusta Siqueira de Lucena). Após o almoço o Comandante ministrou uma Palestra sobre a Unidade.
O Sr Luciano Faro Cassundé, 2º Tenente da 2ª Classe da Reserva da Arma de Engenharia, atual Presidente da Associação de Ex-Alunos do CPOR do Recife e Aspirante-à-Oficial da Turma de 1967 daquele Centro, acompanhou os alunos durante o primeiro dia de atividades.
Ao longo de toda semana os futuros Aspirante-à-Oficial de Engenharia praticaram técnicas de pontagem, navegação à remo e a motor e desminagem.
Fechando o Exercício foi realizada uma patrulha ribeirinha no Rio Ipojuca, município de Belo Jardim - PE.
(Fotos Geraldo Tavares)

domingo, 12 de julho de 2009

Extraído da Revista Verde Oliva – ANO XXXV – Nº 198 – JUL/AGO/SET 2008

Conselho Nacional de Oficiais da Reserva (CNOR)
Militares bem formados e preocupados com o destino do seu País

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) – na qual o Brasil participou com reduzido efetivo – demonstrou a necessidade do Exército Brasileiro passar por significativas transformações, para adequar-se à evolução da arte da guerra.
A modernização do armamento e equipamento, o aprimoramento dos conhecimentos militares e, principalmente, um adequado adestramento da tropa tornaram-se urgentes. Para isso, entre outras medidas, a situação exigia um rápido preenchimento dos claros em pessoal existentes, particularmente os relacionados com os oficiais subalternos.
Surgiu, também, fruto dos ensinamentos da Guerra, o desejo de criar-se um Quadro de Oficiais da Reserva de 2ª Classe (R/2), que completaria parte dos claros de tenentes por tempo limitado, preparando esses oficiais para integrar a reserva do Exército. Dessa forma, se atenderia às reais necessidades de oficiais subalternos, até então formados exclusivamente na Escola Militar.
Graças ao Capitão da Arma de Artilharia Luiz Corrêa Lima, que lutou com determinação contra as incompreensões de alguns e dificuldades de toda ordem, em 22 de abril de 1927, foi criado o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro (CPOR/RJ).
Em conseqüência dos excelentes resultados alcançados e devido ao interesse despertado nos chefes militares, esta célula constituída por jovens dedicados, idealistas e, sobretudo dotados de espírito militar multiplicou-se em outros centros e núcleos de formação, implantados por todo o país.

PARTICIPAÇÃO DOS CPOR NA HISTÓRIA DO BRASIL
A competência do Oficial R/2 tem sido comprovada a cada dia, quando ombreados com seus colegas da ativa nas complexas missões inerentes às Unidades do Exército.
A história registra memoráveis participações dos CPOR em episódios onde a ordem institucional foi ameaçada, oportunidades em que se posicionaram contra os conturbadores da paz interna, sempre cultuando as tradições democráticas e pacifistas do Exército. Merecem destaque:
a) com a eclosão da Revolução de 1930, alunos de alguns CPOR foram incluídos nas forças em operações como 3º sargentos, cabos e soldados;
b) em 1932, durante a Revolução Paulista, os alunos do CPOR/SP foram incorporados às forças revolucionárias, onde puderam comprovar sua formação militar;
c) na intentona comunista de 1935, mereceu destaque o fato ocorrido no CPOR/Recife, que tornou-se palco de sangrento acontecimento. No dia 24 de novembro, o 1º Tenente Intendente José Sampaio Xavier tombou no cumprimento do dever, brutal e covardemente assassinado na tentativa de sublevação das praças do Contingente do Centro;
d) nos anos de 1944/45, durante a 2ª Guerra Mundial, o oficial R/2 foi testado no mais duro e real exercício de suas funções de combatente. Nas batalhas em território italiano, integrou, com expressiva representação, todos os escalões da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE), quando brilhou a estrela do R/2, comandando suas frações de tropa com decisão, coragem e comprovada capacidade.
e) no processo que culminou com a Revolução Democrática de 31 de março de 1964, foi expressiva a participação dos CPOR. Esses oficiais cumpriram com destaque inúmeras e diversificadas missões, colaborando para a vitória do Movimento;

CONSELHO NACIONAL DE OFICIAIS R/2 (CNOR) - Eternização dos ideais do Tenente Corrêa Lima
O Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil foi criado em 22 de abril de 1997, durante a realização, no CPOR/RJ, do I Encontro Nacional de Oficiais R/2 – I ENOREX. A idéia de criar um órgão para congregar as
seis Associações de Oficiais R/2 existentes na ocasião, surgiu em 1996, quando da realização do 1º Ciclo de Atualização de Oficiais R/2, promovido pela Associação dos Ex-Alunos do CPOR/RJ. Naquela oportunidade, o Chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa e um dos palestrantes do seminário, durante o almoço de encerramento do Curso, autorizou a realização do I ENOREX e sugeriu a criação do CNOR.
Entre os principais objetivos da entidade, destacam-se:
- contribuir para tornar os Oficiais R/2 fator preponderante na ligação e no intercâmbio entre o segmento civil da sociedade e as Forças Armadas, em especial o Exército Brasileiro, objetivando salvaguardar os soberanos interesses nacionais, a Lei e a Ordem;
- divulgar conhecimentos de caráter geral, fundamentais ao aprimoramento da oficialidade da reserva, com vistas à atualização e à manutenção das informações, valores e atributos adquiridos ou incrementados quando do serviço militar, particularmente, os ligados à área afetiva;
- colaborar para o estabelecimento, pela Força, de uma doutrina de emprego da Reserva Não-Remunerada, estimulando os Oficiais R/2, presentes em todos os segmentos da sociedade, a atuarem como verdadeiros “embaixadores” do Exército Brasileiro.
O Conselho Nacional de Oficiais R/2 tem a sua sede no Rio de Janeiro, no quartel do CPOR. Seu Presidente é o 2º Ten R/2 de Artilharia Sérgio Pinto Monteiro, da turma de 1961, também fundador da entidade. A Diretoria, além dos cargos administrativos, tem ainda 14 Vice-Presidentes, que são os presidentes das Associações congregadas ao CNOR. No momento integram o CNOR as Associações de Oficiais R/2 assim localizadas: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Brasília, Manaus, Natal, João Pessoa, Salvador, Petrópolis, Cuiabá, Ponta Grossa e Pelotas, aglutinando mais de nove mil Oficiais R/2 cadastrados. Até o final deste ano, o Conselho Nacional estará incorporando, pelo menos, mais três organizações sediadas em Juiz de Fora, Fortaleza e Belém.

INSERÇÃO NO PROJETO HISTÓRIA ORAL DO EXÉRCITO
O Chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa, em 19 de maio último, após exposição do Presidente do CNOR, aprovou a proposta do Conselho Nacional para o desenvolvimento de um projeto denominado “História Oral do Exército nos Órgãos de Formação de Oficiais da Reserva”, quando serão entrevistados cerca de 150 Oficiais R/2, considerados destaques nacionais – membros dos três Poderes da República, empresários e profissionais liberais de renome – bem como Oficiais R/2 que participaram de episódios importantes da história do País. Tais entrevistas serão publicadas em livros pela BIBLIEX. Trata-se de um projeto grandioso, já em andamento, que, evidencia a importância que o Exército atribui à sua “Reserva Atenta e Forte”.

MENSAGEM DO CNOR
Os analistas militares costumam afirmar que uma das mais importantes lições que a Primeira Guerra Mundial deixou aos estrategistas foi que forças beligerantes necessitam de reservas em condições de serem mobilizadas e se tornarem operacionais em curto prazo. A partir do conflito de 1914 -1918, os exércitos, de maneira geral, adotaram doutrinas onde a formação do cidadão-soldado assumiu posição relevante. Outra conseqüência, emanada daquele conflito, foi a necessidade de que nas reservas fossem incorporados elementos com formação militar e capacidade de liderança que os habilitassem a comandar subunidades e pequenas frações de combatentes. Surgiu, então, a figura do Oficial da Reserva. Os Estados Unidos, já em 1919, criaram o ROTC – Reserve Officers Training Corps (Corpo de Treinamento de Oficiais da Reserva).
No Brasil, graças aos esforços do Capitão de Artilharia Luiz de Araújo Corrêa Lima, foi instituído, em 22 de abril de 1927, o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro, do qual ele foi o primeiro comandante. O curso tinha a duração de três anos, em períodos contínuos e descontínuos, e os alunos, voluntários, muitos deles universitários, alguns já reservistas e próximos dos trinta anos, eram chamados pela imprensa de os “pátria amada” porque, além de não perceberem qualquer remuneração, ainda tinham que dispor de seus próprios recursos para adquirir o fardamento e parte do equipamento que iriam utilizar, bem como os manuais de instrução.
A Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939, demonstrou o acerto dos ideais de Corrêa Lima. A Força Expedicionária Brasileira, que combateu no Teatro de Operações da Itália, tinha em suas fileiras 1.070 Oficiais subalternos, dos quais 433 eram R/2, quase a metade.
Alguns deles deram suas vidas pela Pátria. Dos 12 Oficiais combatentes brasileiros tombados na Itália, seis eram Tenentes R/2, exatamente a metade. O sacrifício desses heróis enobrece o Brasil e dignifica o nosso Exército. Seu exemplo deve ser repassado às novas gerações de Oficiais R/2, como o símbolo máximo de cidadania e amor à Pátria. A Nação lhes deve, eternamente, a gratidão, o reconhecimento e o respeito devido aos seus filhos mais ilustres.
Na guerra, os Oficiais R/2 cumpriram suas missões com eficácia. O General Oswaldo Cordeiro de Farias, Comandante da Artilharia Divisionária da FEB, a eles assim se referiu em sua despedida, na Itália, em 24 de maio de 1945
“Meus Oficiais......neste momento forçoso é declarar, porque antes de tudo representa justiça, que nunca soube distinguir nas minhas unidades, o oficial da reserva, dos profissionais – tal seu comportamento na guerra.”
Muitos Tenentes da Reserva escreveram páginas gloriosas da História Militar Brasileira. O 1º Tenente R/2
Apollo Miguel Rezk foi o único combatente da FEB agraciado pelo governo dos Estados Unidos com a Distinguished-Service Cross (Cruz por Serviços Notáveis), “por heroísmo extraordinário em ação, comando inspirado e persistente coragem.” Recebeu, também dos americanos a Silver-Star (Estrela de Prata).
Em tempo de paz, os Oficiais R/2, quando na ativa - graças a excelência de sua formação – há mais de 80 anos suprem eficazmente as necessidades da Força na área de Oficiais subalternos. Quando na Reserva, o juramento do Aspirantado será sempre mantido e reafirmado.
No verde-oliva dos Oficiais R/2 se mesclam os valores do soldado e os ideais do cidadão. Temos a visão privilegiada dos segmentos militar e civil da sociedade.
Vivenciamos a cumplicidade generosa de uma dupla ligação afetiva. Como militares, somos testemunhas de que na caserna se pratica a nacionalidade em toda a sua pujança.
Como civis, porque reconhecemos as dificuldades que a Nação vive nos dias atuais, nos declaramos decididamente empenhados em contribuir para que o Brasil se mantenha em seu destino de Pátria livre, desenvolvida e soberana.
E assim, nós, Oficiais R/2, numa simbiose perfeita, incorporamos em nosso sangue “verde-oliva positivo”, os diferentes sentimentos de brasilidade que compõem a mais pura e digna alma brasileira.
Sérgio Pinto Monteiro - 2º Ten R/2 Art - Tu 1961 - CPOR/RJ - Presidente do CNOR



Ten R/2 Apollo Miguel Rezk, condecorado com a Silver Star, pelo General Truscott, Comandante do V Exército Americano – 30 Mar 1945 – Itália


X ENOREX – Cuiabá-MT (22 a 27 Set 2008)

07 de Setembro de 2007 – CNOR- Desfile Cívico Militar do Dia da Pátria – Av Presidente Vargas – Rio de Janeiro-RJ


Maiores informações: www.cnor.org.br